terça-feira, 30 de junho de 2009

A MINHA COZINHEIRA PRIVADA E O BAR DAS FEITICEIRAS

- Boa-noite, saudei as pessoas, ao entrar.
O Trovisco

O Trovisco é um antigo bar mas com uma nova roupagem elaborada por um artista da terra.
Acolhedor, moderno quanto baste, com um balcão vidrado, e uma sala no primeiro andar, com quadros originais e o trovisco desenhado numa das paredes laterais.
- Boa-noite- respondem da cozinha, Aldina está a preparar o jantar e não é que cheira bem.
Mulher de feições agradráveis, voz calma e mãos de fada, pois cozinha deliciosamente.
Pedro o seu homem, fanático do Belenenses e lisboeta de gema serve ao balcão, os vários bacos que se aviam antes de irem para casa.
-Então o que se come hoje.
- Sopa e frango frito-responde o Pedro, trata-o desta forma pois é da minha idade.
- Bem bom, pois tenho a barriga a dar horas- repliquei eu.
-Vá-se sentando que eu já o sirvo-anuiu Pedro.
Puxa da cadeira e lá me sento e vou sendo informado da carreira do Belenenses e os respectivos comentários da façanha diária e heróica.
- E o seu Espinho?-questiona-me Pedro
-É o maior do mundo e arredores respondo eu.
-E o Ara?
- Lá vai indo-respondo eu.
- Já o sirvo, o que bebe? Água- pergunta o Pedro
-É o costume!Água- respondi-lhe eu.
Pedro põe a mesa e a travessa já vem a caminho trazida pela mulher.
-Bom apetite-fala Aldina.
-Obrigado, isto cheira bem.-murmurei eu como agradecido.
Na hora do jantar a conversa não se tem, porque a fome é muita e tomo o café.
- Então já vai para os Bombeiros- pergunta Pedro.
- Já e hoje as notícias vão ser frescas por lá. Está lá o Sargento.
-Pois...pois, que mortes estranhas estas e ninguém faz nada. Isto até parece uma terra de loucos, seis mortes numa semana! Nem em Lisboa é tão violento-analisou Pedro.
-É verdade! Muita morte para esta pequena terra-retorqui-lhe eu- concordando em absoluto.
-É terrível!
-Sim é terrível-concordei.
-Bom, então boa-noite e até amanhã-despedi-me aceleradamente, e saí em passo acelerado em direcção ao meu Peugeot. E conduzi até aos Bombeiros onde já se encontrava o meu amigo Sargento.
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segunda-feira, 29 de junho de 2009

O MEU AMIGO EVARISTO: SARGENTO DA GNR

Entro no quartel, como alguém que não quer nada, apenas para cumprimentar o meu amigo sargento.

Lá dentro estavam atarefados com olhares de nada perceberem. A sexta morte numa semana, era coisa a mais, e os homens da PJ, entravam e saíam duma sala e o meu amigo sargento corria atrás deles, intrigado com as investigações e o aparato das mesmas.

O Sargento apenas perguntava:

- Será da mesma série de mortes, todos os dias aparecem um morto! Exclamava com um ar de aborrecido.

-Assim parece, meu Sargento, assim parece,-respondia-lhe secamente um dos investigadores-, assim parece.

O modus operandi é o mesmo. Mas vamos caçá-lo, esteja descansado.

- Descansado! era bom! Terra tão pequena como esta, e numa semana já houve mais mortes que no último século.-retorquiu-lhe o sargento, nada contente.

As chefias deviam estar a apertá-lo.

- Maldita a hora que eu concorri para aqui! Exclamava foribundo e só se acalmou quando me viu.

- Professor! Então tudo bem.

-Tudo bem, -respondi-lhe eu. Atarefado com as mortes? Perguntei de mansinho.

- Nada...nada, apenas um caso igual aos outros cincos. Isto está a tornar-se repetitivo e até parece que só temos isto. Mas logo estou nos bombeiros para me distrair disto. Até logo, agora não posso conversar- despediu-se e desapareceu num ápice por detrás duma porta.

Vim-me embora sem nenhuma informação, não faz mal nenhum, logo apanhava-o no bar dos bombeiros a jogar dominó, mais descontraído e de língua fácil.

A passos largos dirigi-me para o café Trovisco, a minha salvação gustativa, era a hora de jantar.

O Café Trovisco era um bar que servia de restaurante, tendo á sua frente uma mulher da Eucísia de nome Aldina, mãos de cozinheira e trato fácil.

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domingo, 28 de junho de 2009

CAPITULO I: S.PEDRO: APRESENTAÇÃO DO HERÓI: IGOR DA SILVA


Acordar, ainda na memória estava fresco o caso, levanto-me sonolento e dirigi-mo para o lavatório, talvez a água me acorde totalmente. Água, dentífrico e estou pronto para ver as bandas que irão actuar na vila, pois é feriado.
Hoje é dia de celebrar o S. Pedro que era um apóstolo e o principal entre pares! fui investigar na net e tive as seguintes informações:

São Pedro

É um dos santos populares, mais queridos dos pescadores, a minha terra é piscatória – Espinho -, a Nova Iorque portuguesa, pois tem as ruas por números, a minha fica na 14, acima da linha férrea que está soterrada e foi uma obra que beneficiou Espinho.
A minha mulher, Helena, duma terra vizinha, Granja é a terra dela, ficou em casa a fazer de secretária particular da minha investigação.
Estou, como podem calcular, colocado na Escola de Alfândega da Fé, e todos os fins-de-semana ou vou a Espinho, ou ela vem a Alfândega da Fé.
Coisa duma beleza celestial, cabelos russados, cara esbranquecida, dentes lindos, curvas perfeitas e um andar de embalo.
Carro nem ver, transporte preferido o Comboio. Do Pocinho até Espinho passando pelas vinhas do vinho do Porto e aquele rio Douro, serpenteando.
Eu de cabelo encaracolado feições normais e corpo mais ou menos enchido.
Tanta caracterização e ainda nada adiantei, pois tenho umas perguntas a fazer e recolha de informação é primordial.
Sons enchem a vila, e eu deixo-me distrair e aproveito o dia para apreciar boa música, esta banda de cá está apurada e eu tenho ouvido duro.
Dou por mim em frente do quartel da GNR, aproveito e vou contactar o sargento comandante do posto e meu amigo das noites de dominó no bar dos bombeiros.
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O LIVRO


Estamos no ano de 2009, eu, Igor da Silva, professor de profissão e detective nas horas vagas, encontro-me numa encruzilhada na investigação. Seis mortes e nada que os relacione, acaso, mistério, como eu irei desenrascar-me deste imbróglio. Caro leitor, uma ajuda tua era bem-vinda, mas nada do que eu peço é possível, apenas eu é que posso desvendar a história, e tu acompanhar-me nesta senda pela verdade. Ficção ou não, apenas eu poderei apurar a verdade dos factos. Fica aqui um compromisso, entre eu e o caro leitor, que iremos levar à barra do tribunal os culpados!
Ou tentar, pois vários casos meus ficaram apenas na memória dos afectados.
Um quarto com arrumação pouco lógica, pois o tempo não é de limpezas, e o tempo não ajuda. Não vale a pena ser lógico em tempos de ilógica e a vila assim se comporta, deixa-me caro leitor, fazer as apresentações deste espaço físico e do seu tempo histórico, para melhor compreenderes o caso.

Apresentações feitas, eis o meio pelo qual viajaremos ao longo desta aventura. Espero que me corrijam sempre que meter o pé na argola (factos reais). Estamos no fim de Julho, mais própriamente, a 28 e amanhã será dia de S. Pedro, que terá aberto a porta da chuva hoje, pois o dia está muito escuro e barulhento, tal como a minha história.
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