segunda-feira, 6 de julho de 2009

COMEÇAR O DIA NA ESCOLA

Outra vez em falta. Se isto se torna num hábito, os crimes não compensarão. Espero ser regular, espero, mas...
-Igor! Igor! - alguém me chamava perto do portão da Escola.
Não conseguia distinguir quem era, pois havia um magote de alunos junto ao portão, a pôr em dia as novidades.
Enfim, consegui ver quem me chamava, era o meu colega Octávio, professor de Matemática, de pequena estatura era por isso que se tornava difícil vê-lo.
-Então, já sabes as últimas. Prenderam o rodinhas. Coitado dele! Não chega direito ao quartel. Que mentalidades!
-É isso - concordei eu - mentalidades.
- Coisa de incivilizados, as pessoas em multidão ficam umas bestas.
-Psicologia de massas.
-Só isso não explica tudo -explica-me - também é do atraso intelectual e disto ser uma vila pequena ou uma aldeia grande é ainda muito rural e o povo resolve as coisas pelas suas mãos.
Estamos em Trás-os-montes, os transmontanos são boa gente e por vezes passam-se.
-A esta hora quem se está a passar é o rodinhas, nunca pensou estar nestes sarilhos, e o Sargento deve estar aflitíssimo.
- Não queria estar na pele dele! Referiu Octávio, com uma descompressão pessoal.
-Nem eu! Mas é o trabalho dele. Tem que o fazer bem, nem que dispare para o ar.
Isto hoje até parecia o Faraoeste, terra sem lei.
- Tantos índios e cowboys. Quem era quem? Esta história não vai acabar bem!
- No fim ainda nos vamos rir de tanta estupidez.
-Já tocou vamos indo senão levamos com o carimbo!
- Esta ministra só fez asneira. A culpa não é dela é de quem a deixa fazer tanta asneira! É o primeiro - observei.
E lá percorremos o caminho para a sala dos professores, onde levantamos o livro de ponto. O dia ia ser longo, uns a ensinar outros a aprender.
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