sexta-feira, 24 de julho de 2009

DE REGRESSO AO NINHO

tens olhos esverdeados
cabelo alourado
dentes de fera pronta a comer
seios alongados quanto basta
pernas e coxas torneadas no olimpo por hades
dedos de ladra com toque mágico

terça-feira, 14 de julho de 2009

A MEIO DA SEMANA

Bom-dia Pedro! Um cafézinho prá acordar.
-É prá já.
Café curto e aromático, especialidade da casa e de Portugal.
Toma-o de uma só golada e magia, desperto para o resto do dia, que vai ser longo, o trabalho chama por mim, e hoje, terça-feira, é daqueles dias que são para esquecer, entro cedo e saio tarde.
Pego no computador a tiracolo e os livros debaixo do braço e lá me dirijo para a escola a passo acelerado pois está na hora de entrar.
E Aldina que tem espírito de poeta vai escrevendo poemas no seu caderninho. E parece contágio a minha veia de poeta veio ao de cima e poetizei na memória do reset:
Poemas de vida e esperança
andas sozinha na aventura
à espera duma dança
lá fora é vida dura
e na ponta do lápis
está a tua liberdade de sonhar
rabiscos e ideias, infinito
cabe tudo no teu coração
lábios
seios
cochas
bamboleiam um ardor
de um amor
andas sozinha na aventura
á procura duma prisão
-é da idade
-é das hormonas
não senhor,
isso é apenas,
amor.
Quem te disse a ti sapateiro que sabias tocar rabecão. Bonita maneira de começar o dia.
Encher a mente de coisas belas, hoje a matéria escolar vai sair bem. Julguei eu.
E rodinhas estaria já em Moncorvo! Espero que sim pela sua própria segurança.
O dia prometia, tudo corria às mil maravilhas. Acordei ao toque do telemóvel e do outro lado uma voz melaça fazia maravilhas ao meu ego.
Helena, só de pensar fico electrizado, dizia-me coisas do arco e da velha, deixei-me ficar entre lençois e quando dei por ela estava na hora, que pena, o mundo tinha parado por momentos, era bom era. Entrei rapidamente na sala de aula, tudo planificado ao milimetro, mas a minha disposição deitou tudo a perder e entrei nos pormenores da História que aquelas almas absorviam tudo até ao mais ínfimo pormenor. E a curiosidade dos pequenos não tinha fim. Tocou e a matéria planificada, quase nada, mas o que interessa é o interesse pela História.
Será que a História do rodinhas tem pormenores, espero que sim pela felicidade do mesmo, pois os últimos tempos têm sido um pesadelo.
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sábado, 11 de julho de 2009

TEORIAS E TEORIAS

Ao entrar no restaurante o balcão encontrava-se cheio de gente, com as goelas secas de tanto gritar.
Ninguém deu pela minha entrada e eu sento-me na mesa que habitualmente me sento, junto ao balcão de onde ouço todas as conversas do balcão e passo a transcrever.
Do Chico " Não me parece o modo de actuar dum bêbado, pois eu também gosto da pinga, e por vezes tropeço em tudo em casa e força? Viste-a! Nada. A minha cabeça está tão pesada que por vezes nem a cama encontro. Isto é obra de gente fina. Pedro mais uma taça de tinto"
Pedia o Chico ao Pedro uma taça dum tinto que lhe fazia esquecer as amarguras da vida.
Do Beto-rapaz esperto, apenas para aquilo que queria-"Esses marginais são espertos! Para roubar até matam. Para esses a pena de morte é pouco! Deviam sofrer como as suas vítimas. Isto parece uma maldição. A gente já não pode dormir sossegada. Antes deixava a porta aberta, hoje nem pensar! Esses drogaditos deram cabo do nosso sossego!"-sentenciou.
Da Dona Alzira- dona de casa nas horas vagas-"Deixem os pobres sossegados. Já morrem aos bocados pela vida que levam. Que vício haviam de arranjar, destroem-se a si mesmos e à familia. Que sina"
Do Magno o jardineiro-" Ervas daninhas, quanto mais se arrancam mais aparecem, é uma praga.
Mas devem ser tratados, pois fazem parte do nosso jardim. Outras flores do jardim também o estragam e fazem parte".
Do Pedro-" Em Lisboa isso é mato, transformam a sociedade, mas têm direito à vida".
Do professor- " É a vida"
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QUARTEL SITIADO

Após o fim das aulas naquele dia dirigi-me ao quartel, que estava em estado de sítio, populares que cercavam o quartel exigindo a cabeça do rodinhas.
Sem resposta, abandonariam aos poucos e poucos o local, a febre de massas, acho eu.
Os soldados da GNR faziam uma guarda de honra, protegendo a vida de rodinhas, será que estas pessoas não pensam? O perfil de rodinhas não encaixava no crime, o local estava tão limpinho, e mesmo que fosse o rodinhas o local estaria revirado do avesso, pois o móbil do crime seriam os objectos de valor e o dinheiro- coisas que não despareceram- para o consumo diário.
O Sargento, de vez em quando aparecia à porta para acalmar os ânimos e pedir aos populares que fossem para casa.
Vozes de polícia não chegam ao céu, perante tal irracionalidade, gente pacífica que em momentos destes se transfiguram e os seus instintos mais animalescos e irracionais se mostram.
O suspeito, seria transferido à noite para Moncorvo, para segurança do mesmo.
Moncorvo, vila vizinha, era conhecida por

Torre de Moncorvo 
Isto é Moncorvo e em Alfândega a noite ia surgindo rapidamente e as pessoas iam abandonando o cerco ao quartel. Eu preparava-me para ir jantar ao Trovisco. Que de certeza o tópico de conversas seria a detenção do rodinhas e o comportamento da população e as peripécias do dia.
O meu estomago obrigou os meus passos a tomar a direcção do restaurante de forma acelerada.
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segunda-feira, 6 de julho de 2009

ENSINAR E APRENDER A APRENDER

Hereditariedade versus meio, dictomia dificil de separar um do outro ou complementares, tarefa para os eruditos que ainda não chegaram a nenhuma conclusão.
Acho eu que eles já vêm formatados e depois o meio envolvente é que vai ser o factor decisivo.
O Homem veio a este mundo para ser feliz.
Mas este mundo cheio de vicissitudes e antagonismos, desejos e traumas vai moldando o homem e a mulher no bem e no mal e esta sociedade recolhe o que semeia.
Este meio rural com bons princípios e ar puro vai construindo os seus filhos de forma saudável fisicamente e intelectualmente, por vezes afunilando a compreensão do mundo e das coisas, pois o espaço de vivências é muito reduzido e os contactos sociais escassos.
Mas mesmo assim vão crescendo, e os pais vão aconselhando e agora nos dias de hoje quase se tornam uma autoridade ausente, consequência desta sociedade capitalista e liberal.
Trabalhar de sol a sol e a televisão em casa vai educando o pequeno, que vai consumindo tudo e ninguém lhe filtra a informação. Resultado uma catástrofe.
E chegam à escola onde tudo lhes será dado, o conhecimento e o filho um dia será doutor ou alguém.
Sem esforço, estudar custa mas a recompensa é enorme.
Nesta sociedade que é uma "selva" ou aceita e endeusa os seus expoentes máximos e esquece e manda para a fossa aqueles que não produzem.
É esta cega sociedade que temos, e de quem será a culpa? A sociedade é feita de homens, mas homens de sucesso que de afecto e amor pouco sabem!
Dinheiro!Dinheiro! Tudo se reduz a isso, tudo se faz por isso e se necessário calcam-se os mais fracos! Será que não há um lugar ao sol para os utópicos? Esses são os novos loucos. Fracos! Claro que não apenas querem ser felizes. E não pedem nada em troca a não ser que os outros sejam felizes e se faça um contágio.
E estava numa sala, com vinte pequenos ávidos de conhecimento ou de forma distraída falando com os colegas. Uma voz de espanto e meio minuto de silêncio. A matéria decorria de forma fluída e no fim tarefa cumprida! Quem sabe! Só o saberemos a longo prazo.

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COMEÇAR O DIA NA ESCOLA

Outra vez em falta. Se isto se torna num hábito, os crimes não compensarão. Espero ser regular, espero, mas...
-Igor! Igor! - alguém me chamava perto do portão da Escola.
Não conseguia distinguir quem era, pois havia um magote de alunos junto ao portão, a pôr em dia as novidades.
Enfim, consegui ver quem me chamava, era o meu colega Octávio, professor de Matemática, de pequena estatura era por isso que se tornava difícil vê-lo.
-Então, já sabes as últimas. Prenderam o rodinhas. Coitado dele! Não chega direito ao quartel. Que mentalidades!
-É isso - concordei eu - mentalidades.
- Coisa de incivilizados, as pessoas em multidão ficam umas bestas.
-Psicologia de massas.
-Só isso não explica tudo -explica-me - também é do atraso intelectual e disto ser uma vila pequena ou uma aldeia grande é ainda muito rural e o povo resolve as coisas pelas suas mãos.
Estamos em Trás-os-montes, os transmontanos são boa gente e por vezes passam-se.
-A esta hora quem se está a passar é o rodinhas, nunca pensou estar nestes sarilhos, e o Sargento deve estar aflitíssimo.
- Não queria estar na pele dele! Referiu Octávio, com uma descompressão pessoal.
-Nem eu! Mas é o trabalho dele. Tem que o fazer bem, nem que dispare para o ar.
Isto hoje até parecia o Faraoeste, terra sem lei.
- Tantos índios e cowboys. Quem era quem? Esta história não vai acabar bem!
- No fim ainda nos vamos rir de tanta estupidez.
-Já tocou vamos indo senão levamos com o carimbo!
- Esta ministra só fez asneira. A culpa não é dela é de quem a deixa fazer tanta asneira! É o primeiro - observei.
E lá percorremos o caminho para a sala dos professores, onde levantamos o livro de ponto. O dia ia ser longo, uns a ensinar outros a aprender.
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sábado, 4 de julho de 2009

DIA DE NOVAS SURPRESAS

Acordei com um reboliço na rua, uma multidão enfurecida queria matar alguém mesmo ali na rua.
Soou um tiro e fez-se silêncio momentaneamente, mas foi sol de pouca dura, logo refeitos do susto a multidão tentava sacar um homem das mãos dos GNR.
Do cimo da minha varanda observa esta cena degradante da justiça popular.
Quem seria o desgraçado que tinha sido apanhado.
Vesti-me rapidamente e saí para a rua para me inteirar da situação.
Quem é- perguntei eu.
-É o rodinhas, é o rodinas. Apanharam-no e eu que bem que desconfiava dele. Alguém comentou.
E eu fiquei pensando como é que um desgraçado, drogadito, e marginal nas horas vagas, teria tanto engenho para eliminar seis pessoas de forma tão metódica e fria, sem sangue, sem desarrumação.
Enfim, o espectáculo seguia rua abaixo. Será que ele chegaria vivo ao quartel. O meu amigo Sargento ia ter um dia atarefado. E eu dirigi-me no sentido contrário em direcção à escola.

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sexta-feira, 3 de julho de 2009

DESCULPEM QUALQUER COISINHA

Hoje estou a escrever de novo, e desculpem caros leitores, pela minha falta, mas outros valores se levantaram, e me obrigaram a fazer esta pequena pausa.

Voltando ao bar.

Perdemos o jogo e tivemos que pagar a despesa- que é o café ou a mini ou o copo de vinho que consumiram durante o jogo. Barato.

- Então nada de novo no quartel- pergunta o cliente bombeiro.

O cadáver estava limpinho, nada de sangue, a porta direita e as janelas fechadas.

A PJ estava intrigada, recolheu o que tina a recolher e depois deram-nos ordem para levar o morto para a morgue-acabou de descrever o bombeiro a sua aventura.

-Pois é meia-noite e boa-noite- despediu-se de forma a não dar corda ao bombeiro.

-Boa-noite disseram todos os clientes daquela hora no bar.

Retirei-me e atravesso o Jardim municipal para chegar a casa.

Não é que tenha medo da noite, mas atravesso-o rapidamente pois a noite está fria, quase chega aos zero grau.

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quarta-feira, 1 de julho de 2009

NOVIDADES QUENTES E BOAS

O bar dos Bombeiros fica no próprio quartel dos mesmos, da Associação Voluntária dos Bombeiros de Alfândega da Fé.

Interior com cor dominante do vermelho e no centro uma lareira de calor com queima para espalhar o calor pelo bar todo, de inverno é o lugar ideal para se passar o serão, com todos os clientes à volta da mesma, já que ela é circular.

Um balcão grande a alongar-se pelo espaço longitudinal da sala, do outro lado uns sofás para casais se sentirem à vontada.

No fim da sala uma divisória de vidro para separar a zona de bar da zona de jogo, com um bilhar.

Na zona de fora uma esplanada, muito frequentada nos verões, que são quentes e secos, com vista sobre uma parte da vila.

Os jogos de dominó, de damas; encontram-se em cima das mesas da sala de jogo. O Sargento e dois colegas professores encontram-se numa das mesas de dominó e aguardam um parceiro, que por acaso sou eu, pois não se encontrava mais ninguèm aquela hora, estavam para chegar. Tomo o café e sento-me à mesa e o jogo começa.

-Então Sargento, já está mais calmo- observei.

-Dias díficeis, está tudo um reboliço e aqueles PJ a fussar em tudo e eu e todos os meus homens feitos homens de recados, nem têm tempo para uma cervejinha!

- Realmente! Isso não se faz ao menino Jesus? Há que apagar a sede- sentenciou o meu colega Octávio, professor de Matemática e desespera enquanto não chega a reforma.

-Ainda acontece qualquer motim no quartel, os homens andam estafados-retorquiu o sargento,indignado.

-Enquanto não se resolverem as mortes, e espero que não haja mais nenhum morto, a terra já é pequena e por este andar desaparece- disse eu.

Pois e ainda não temos pistas nem indícios nem testemunhas, nada andamos às cegas! Espero que o laboratório nos dê pistas.

-O que pensam que está por detrás deste crime?-Perguntei.

-É política ou rabo de saias! Quem sabe. Mas já são muitas mortes para ser natural. Ajuste de contas! Acho eu- responde sentencialmente o Sargento.

Mas olha para o Jogo pois estamos a perder.

Sim era verdade mas com este tema não havia cabeça para se concentrar no jogo.

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terça-feira, 30 de junho de 2009

A MINHA COZINHEIRA PRIVADA E O BAR DAS FEITICEIRAS

- Boa-noite, saudei as pessoas, ao entrar.
O Trovisco

O Trovisco é um antigo bar mas com uma nova roupagem elaborada por um artista da terra.
Acolhedor, moderno quanto baste, com um balcão vidrado, e uma sala no primeiro andar, com quadros originais e o trovisco desenhado numa das paredes laterais.
- Boa-noite- respondem da cozinha, Aldina está a preparar o jantar e não é que cheira bem.
Mulher de feições agradráveis, voz calma e mãos de fada, pois cozinha deliciosamente.
Pedro o seu homem, fanático do Belenenses e lisboeta de gema serve ao balcão, os vários bacos que se aviam antes de irem para casa.
-Então o que se come hoje.
- Sopa e frango frito-responde o Pedro, trata-o desta forma pois é da minha idade.
- Bem bom, pois tenho a barriga a dar horas- repliquei eu.
-Vá-se sentando que eu já o sirvo-anuiu Pedro.
Puxa da cadeira e lá me sento e vou sendo informado da carreira do Belenenses e os respectivos comentários da façanha diária e heróica.
- E o seu Espinho?-questiona-me Pedro
-É o maior do mundo e arredores respondo eu.
-E o Ara?
- Lá vai indo-respondo eu.
- Já o sirvo, o que bebe? Água- pergunta o Pedro
-É o costume!Água- respondi-lhe eu.
Pedro põe a mesa e a travessa já vem a caminho trazida pela mulher.
-Bom apetite-fala Aldina.
-Obrigado, isto cheira bem.-murmurei eu como agradecido.
Na hora do jantar a conversa não se tem, porque a fome é muita e tomo o café.
- Então já vai para os Bombeiros- pergunta Pedro.
- Já e hoje as notícias vão ser frescas por lá. Está lá o Sargento.
-Pois...pois, que mortes estranhas estas e ninguém faz nada. Isto até parece uma terra de loucos, seis mortes numa semana! Nem em Lisboa é tão violento-analisou Pedro.
-É verdade! Muita morte para esta pequena terra-retorqui-lhe eu- concordando em absoluto.
-É terrível!
-Sim é terrível-concordei.
-Bom, então boa-noite e até amanhã-despedi-me aceleradamente, e saí em passo acelerado em direcção ao meu Peugeot. E conduzi até aos Bombeiros onde já se encontrava o meu amigo Sargento.
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segunda-feira, 29 de junho de 2009

O MEU AMIGO EVARISTO: SARGENTO DA GNR

Entro no quartel, como alguém que não quer nada, apenas para cumprimentar o meu amigo sargento.

Lá dentro estavam atarefados com olhares de nada perceberem. A sexta morte numa semana, era coisa a mais, e os homens da PJ, entravam e saíam duma sala e o meu amigo sargento corria atrás deles, intrigado com as investigações e o aparato das mesmas.

O Sargento apenas perguntava:

- Será da mesma série de mortes, todos os dias aparecem um morto! Exclamava com um ar de aborrecido.

-Assim parece, meu Sargento, assim parece,-respondia-lhe secamente um dos investigadores-, assim parece.

O modus operandi é o mesmo. Mas vamos caçá-lo, esteja descansado.

- Descansado! era bom! Terra tão pequena como esta, e numa semana já houve mais mortes que no último século.-retorquiu-lhe o sargento, nada contente.

As chefias deviam estar a apertá-lo.

- Maldita a hora que eu concorri para aqui! Exclamava foribundo e só se acalmou quando me viu.

- Professor! Então tudo bem.

-Tudo bem, -respondi-lhe eu. Atarefado com as mortes? Perguntei de mansinho.

- Nada...nada, apenas um caso igual aos outros cincos. Isto está a tornar-se repetitivo e até parece que só temos isto. Mas logo estou nos bombeiros para me distrair disto. Até logo, agora não posso conversar- despediu-se e desapareceu num ápice por detrás duma porta.

Vim-me embora sem nenhuma informação, não faz mal nenhum, logo apanhava-o no bar dos bombeiros a jogar dominó, mais descontraído e de língua fácil.

A passos largos dirigi-me para o café Trovisco, a minha salvação gustativa, era a hora de jantar.

O Café Trovisco era um bar que servia de restaurante, tendo á sua frente uma mulher da Eucísia de nome Aldina, mãos de cozinheira e trato fácil.

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domingo, 28 de junho de 2009

CAPITULO I: S.PEDRO: APRESENTAÇÃO DO HERÓI: IGOR DA SILVA


Acordar, ainda na memória estava fresco o caso, levanto-me sonolento e dirigi-mo para o lavatório, talvez a água me acorde totalmente. Água, dentífrico e estou pronto para ver as bandas que irão actuar na vila, pois é feriado.
Hoje é dia de celebrar o S. Pedro que era um apóstolo e o principal entre pares! fui investigar na net e tive as seguintes informações:

São Pedro

É um dos santos populares, mais queridos dos pescadores, a minha terra é piscatória – Espinho -, a Nova Iorque portuguesa, pois tem as ruas por números, a minha fica na 14, acima da linha férrea que está soterrada e foi uma obra que beneficiou Espinho.
A minha mulher, Helena, duma terra vizinha, Granja é a terra dela, ficou em casa a fazer de secretária particular da minha investigação.
Estou, como podem calcular, colocado na Escola de Alfândega da Fé, e todos os fins-de-semana ou vou a Espinho, ou ela vem a Alfândega da Fé.
Coisa duma beleza celestial, cabelos russados, cara esbranquecida, dentes lindos, curvas perfeitas e um andar de embalo.
Carro nem ver, transporte preferido o Comboio. Do Pocinho até Espinho passando pelas vinhas do vinho do Porto e aquele rio Douro, serpenteando.
Eu de cabelo encaracolado feições normais e corpo mais ou menos enchido.
Tanta caracterização e ainda nada adiantei, pois tenho umas perguntas a fazer e recolha de informação é primordial.
Sons enchem a vila, e eu deixo-me distrair e aproveito o dia para apreciar boa música, esta banda de cá está apurada e eu tenho ouvido duro.
Dou por mim em frente do quartel da GNR, aproveito e vou contactar o sargento comandante do posto e meu amigo das noites de dominó no bar dos bombeiros.
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O LIVRO


Estamos no ano de 2009, eu, Igor da Silva, professor de profissão e detective nas horas vagas, encontro-me numa encruzilhada na investigação. Seis mortes e nada que os relacione, acaso, mistério, como eu irei desenrascar-me deste imbróglio. Caro leitor, uma ajuda tua era bem-vinda, mas nada do que eu peço é possível, apenas eu é que posso desvendar a história, e tu acompanhar-me nesta senda pela verdade. Ficção ou não, apenas eu poderei apurar a verdade dos factos. Fica aqui um compromisso, entre eu e o caro leitor, que iremos levar à barra do tribunal os culpados!
Ou tentar, pois vários casos meus ficaram apenas na memória dos afectados.
Um quarto com arrumação pouco lógica, pois o tempo não é de limpezas, e o tempo não ajuda. Não vale a pena ser lógico em tempos de ilógica e a vila assim se comporta, deixa-me caro leitor, fazer as apresentações deste espaço físico e do seu tempo histórico, para melhor compreenderes o caso.

Apresentações feitas, eis o meio pelo qual viajaremos ao longo desta aventura. Espero que me corrijam sempre que meter o pé na argola (factos reais). Estamos no fim de Julho, mais própriamente, a 28 e amanhã será dia de S. Pedro, que terá aberto a porta da chuva hoje, pois o dia está muito escuro e barulhento, tal como a minha história.
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